FOTO: Divulgação / Aleam

DA REDAÇÃO – Na manhã desta segunda-feira, 31/5, a Assembleia Legislativa do Amazonas realizou o 1° Forum Amazonas Lixo Zero. O artista Celdo Braga abriu o evento com a declamação de uma poesia que nos fez lembrar, que em relação a preservação da natureza, nós somos bárbaros e os indígenas são uma civilização altamente avançada, que está anos luz a nossa frente.

– O lixo é desperdício, é desperdício de tempo, é desperdício de dinheiro, é desperdício na educação, é desperdício na economia. O lixo é um grande desperdício para todo mundo, nós perdemos tempo cuidando do lixo e ao invés de gastar esse tempo cuidando do lixo, podemos cuidar do nosso futuro – disse Rodrigo Sabatini, Presidente do Instituto Lixo Zero que se fez presente de forma virtual.

Apesar de ser um evento que tratou da quantidade de lixo que nós geramos, vários medidas deixaram de ser tomadas para contribuir com essa temática durante o Fórum, o convite ao invés de ser em papel poderia ser apenas no formato digital, o kit impresso que foi entregue aos participantes poderia ter sido produzido com papel reciclado e dentre todos os presentes no evento, o único a beber água em um copo reutilizável, trazido de casa, foi o embaixador do Instituto Lixo Zero em Manaus, o biólogo Daniel Santos.

Manaus gasta um milhão de reais por mês na limpeza de igarapés. Segundo o Secretário de Meio Ambiente da Prefeitura de Manaus, Antônio Stroski, o desafio que está colocado sobre a cabeça de todos nós, desde cidades como Anamã, até as megalópoles como Nova York, é a não geração de resíduos.

– Até os melhores sistemas de coleta seletiva, tratamento e processos de reciclagem tem as suas limitações, eles são muito importantes, mas o desafio colocado para todos nós habitantes desse planeta, e que é o esteio da nossa reflexão nessa semana do meio ambiente e todos os dias do ano, é a não geração de resíduos. – afirmou o titular da SEMMAS.

Dentre opiniões divergentes sobre a existência de um aterro sanitário na Cidade de Manaus, Irineide Sousa de Lima, representante do Movimentos Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis, colocou em cheque a qualidade do serviço de gestão dos resíduos sólidos da capital amazonense na última década.

– Naquela época (antes de 2004) era controlado, porque a gente controlava todo o tipo de resíduo que entrava, éramos nós que fazíamos a separação e a segregação, e todo aquele volume tinha um retorno financeiro, então era controlado porque a gente estava lá, hoje eu acredito que ele não é (controlado). – disse a representante dos catadores.

Antes que o grupo Garis da Alegria encerrassem o evento com uma magnifica apresentação musical, o deputado Fausto Junior (PRTB), Presidente da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da ALEAM e propositor do evento, nos lembrou do nosso dever, enquanto amazônidas, de nos colocarmos a frente, na preservação da nossa floresta, não só com palavras, mas com atitudes.

– Não tem cabimento Manaus ser uma metrópole que fica no coração da Amazônia e nós não sermos uma referência em sustentabilidade. – afirmou o Deputado Estadual.

No momento em que Manaus está passando pela maior cheia da sua história e os igarapés estão invadindo ruas e casas, nos lembrando da quantidade de lixo que a nossa sociedade gera e descarta de maneira errônea, o Fórum Amazonas Lixo Zero nos traz um desconforto, por lembrar-nos que a natureza nada tem a ver com o nosso ímpeto consumista e que os igarapés são naturalmente limpos, sujos somos nós.

REPORTAGEM: Luciano Lima