Ver a Fundação Amazonas Sustentável (FAS) chegar aos 13 anos de existência é constatar que sonhos podem, sim, se tornar realidade, desde que lutemos por eles sem medir qualquer esforço.
Um deles, que sempre acalentei desde a juventude, faz dos povos tradicionais os protagonistas do honroso ofício de conservar a floresta. Assim o concretizei quando estive à frente do Governo do Estado do Amazonas, especialmente a partir de 2007, ao oficializar a criação da Fundação Amazonas Sustentável (FAS) como parte da Política Estadual de Mudanças Climáticas do Amazonas.
A ocasião ficou para a história do nosso Estado como simbólica e inédita, já que a instituição recém-criada era orientada pela primeira Lei de Mudanças Climáticas, Conservação Ambiental e Desenvolvimento Sustentável (Lei 3135/2007) do país. Sim, fomos pioneiros nessa iniciativa.
Para presidir a FAS, convidamos o ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Luiz Fernando Furlan, que abraçou generosamente a missão. “Essa é uma boa oportunidade para fazermos um grande trabalho em defesa da Amazônia e nós vamos procurar somar esforços com outros parceiros que tenham o mesmo ideal para dinamizar o fortalecimento do projeto de desenvolvimento sustentado idealizado pelo Governo do Amazonas para a região”, disse ele na época.
A instituição contou, inicialmente, com o aporte de R$ 40 milhões. A metade obtida junto ao Banco Bradesco e os 50% restantes garantidos pelo Governo do Estado do Amazonas. Dois anos depois, conseguimos trazer a Coca-Cola para o nosso projeto.
Os rendimentos desse montante foram direcionados para um dos símbolos da nossa gestão, o programa Bolsa Floresta, que incentivou a conservação e a valorização dos produtos locais proporcionando uma ajuda mensal aos guardiões da flora e da fauna amazônicas.
O Bolsa Floresta era a resposta aguardada há décadas pelos destemidos caboclos que não viam outra alternativa senão explorar os bens naturais para garantir o alimento da família.
O primeiro programa do país a pagar por serviços ambientais prestados pelas comunidades residentes em unidades de conservação alcançou, inicialmente, 4 mil famílias, que recebiam R$ 600 por ano. No fim de 2009, já beneficiava 8,5 mil famílias, pertencentes a 16 unidades de conservação de uso sustentável – abrangendo 32 municípios amazonenses e 11 milhões de hectares.
Nossos projetos desenvolvidos para a conservação ambiental do Estado do Amazonas ganharam, inclusive, reconhecimento internacional. Lembro com alegria de, em 2008, receber o prêmio máximo da Fundação Sevilha Nodo. Sediada em Sevilha, na Espanha, a entidade é referência na Europa pelas iniciativas transformadoras. O valor da honraria – 30 mil euros – foi doado à FAS.
Um abraço do tamanho da Amazônia a todos que fizeram parte e ainda participam dessa história de 13 anos. Se depender de mim e, acredito, de inúmeros, muitos passos rumo à preservação da nossa floresta ainda serão dados.
*Senador Eduardo Braga